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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Faça Acontecer

Inquieta nessa quietude
Aguardando que algo mude

Querendo entender
A negação do acontecer

Cansada de esperar
O que tarda a chegar

Tens tu que mudar
Se algo estás a almejar

Tome uma decisão
Parta para a ação
BeatrizNapoleão

sábado, 19 de janeiro de 2013

Falso Amor

Na tua boca a poesia
Palavras que aquecem
No coração o que esfria
Atos que enlouquecem

O que é dito
Eu acredito
O que é feito
Vem em defeito

De que vale o querer
Se não sabes ter

Aprende a ser inteiro
Nada de metade
Tens que ser verdadeiro
O amor não conhece falsidade
BeatrizNapoleão

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Documentário

Nós que aqui estamos por vós esperamos
Documentário brasileiro de 1998, dirigido por Marcelo Masagão.
Foi premiado no Festival de Gramado em 2000 por sua montagem e no Festival do Recife como melhor filme, melhor roteiro e melhor montagem.

http://www.youtube.com/watch?v=maDnJcVbAoQ

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Infância - Mundo Encantado


No quintal da casa onde vivi a minha primeira infância havia muitas árvores.
Eu brincava de casinha na areia sob a sombra do limoeiro, tão belo e frondoso. Meu pai tinha um cuidado especial por ele; Lembro que ele gostava de aguá-lo. Ali eu cozinhava, passeava, era criança, era mãe. Era feliz, como era na vida real.
Morei naquela casa até os oito anos. Hoje imagino qual a altura real daquela árvore, que na época era tão mais alta que eu.
Nos intervalos das brincadeiras colhia frutas e as comia ali mesmo. Gostava de sentir o sabor doce-azedo da cajá-umbu, como também das seriguelas bem vermelhinhas e doces e da minha fruta predileta, sapoti. Não via graça na bananeira nem no pé de graviola, mas como adorava comer banana e tomar suco de graviola, quando estava dentro de casa não dispensava nenhuma das duas.
Dos três sapotizeiros elegi um como o meu favorito. Não estava em questão se era o que dava os maiores ou melhores sapotis - apesar de deliciosos -, mas o melhor para subir e brincar; era o mais frondoso, sua  copa era vasta. Lá em cima brincava de costurar: onde eu sentava o galho era grosso, resistente e inflexível, servindo de banco; em frente a mim, na altura da minha cintura estava o que eu via como minha máquina e, abaixo tinha um galho bem flexível que era o pedal, pisando nele meu pé se divertia subindo e descendo ligeirinho, dava para eu ouvir o barulho do motor da máquina. As folhas eram os tecidos, e os galhos mais finos e pequeninos, as agulhas. Costurei tanta roupa!
Esse sapotizeiro também servia de ponte para subirmos no telhado da dependência que ficava fora da casa.
Brincar com meus irmãos: de esconder no escuro; de pega-pega; de bang-bang; de teatro, foi viver maravilhosos e inesquecíveis momentos, mas, como eram mais velhos que eu já não penetravam na fantasia à minha maneira. Muitas vezes brincava sozinha viajando para vários mundos sem sair dali. Empurrar um pedaço de tijolo fazendo marcas na areia era carro andando na estrada, tomar banho de bica em dia de chuva era estar debaixo de uma cachoeira, ou entrar num tambor de metal de 200 litros cheio de água era estar numa piscina.
Aquele quintal com o seu pomar fora o meu parque de diversões, meu conto de fadas.
Tudo era muito espaçoso e grande, mesmo sem grande ser, pelo menos, para quem nasce e mora numa casa até os oito anos de idade e nunca mais volta, as dimensões que ficam na memória com certeza não são as reais. Porém, uma coisa é certa: o tamanho da casa e do seu quintal pode não ser o que ficou em minhas lembranças, mas é a pura realidade que, ali vivi meu mundo encantado.
BeatrizNapoleão