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domingo, 23 de setembro de 2012

Até Já

Não temas!
Mesmo que eu vá, sempre irei voltar
A minha vida precisa desta ida
Não há traição, apenas solidão
Solidão com contentamento, nada de lamento
Solidão na caminhada, mesmo com multidão na estrada
Se te queres em mim, deixa-me em ti
Assim, essa nossa energia emanará onde quer que eu vá
Não quero me iludir, e sim, saber onde ir
Quero aprender, para crescer
Quero viver mais, sempre em busca da paz
Quero amadurecer, para melhor ser
Quero me encantar, para melhor amar
Procurarei entender o teu modo de ser
Não se preocupe com a hora, não haverá demora
Se precisares de um ombro amigo, logo estarei contigo
E sempre que voltar, é contigo que irei ficar
Se estarei bem sozinho, o que direi com o teu carinho!
BeatrizNapoleão

Desconstrução do Amor

Há pessoas que sabem conquistar o amor de outra. De uma maneira tal que, parece indestrutível. E seria! Se, curiosamente, essa própria pessoa que teve o dom da conquista desse sentimento tão forte e nobre, não causasse gradativamente a destruição desse amor.
BeatrizNapoleão (12/02/09)

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Dia do Irmão

Nunca havia questionado se existia uma data comemorativa para o dia do irmão. Mas li agora há pouco que hoje é este dia, então senti vontade de escrever algo.
Irmãos são filhos do mesmo pai e/ou da mesma mãe. Normalmente são criados juntos, obtendo a mesma educação. Mas, devido suas diferenças: seja de sexo ou temperamento, é comum formarem uma personalidade antagônica.
Infelizmente, existem irmãos que vivem em conflitos, sempre estão discutindo seriamente. Há ocasiões de brigas pesadas. Alguns deixam até de se falar. Muitas vezes não é a questão das diferenças que ocasiona essas brigas - podem até ser semelhantes na maneira de ser, ou justamente por isso -, mas sim, o egoísmo, a falta de respeito; de limite; de tolerância. O que lamentavelmente torna impossível a convivência. Outros até vivem em divergência, não concordam em quase nada, mas o amor é maior que as crises, a ponto de superarem os desentendimentos.
Mas, o Dia do Irmão, comemora àqueles que vivem em harmonia. Podem divergir em várias situações e gostos, morar em casas separadas, cidades ou países, porém, o amor; carinho; respeito; tolerância... fazem parte de seus relacionamentos entre si.
Bem! Numa data como esta, para mim fica impossível não homenagear meus irmãos.
Meus pais tiveram a coragem e o prazer de ter 12 filhos. O sexto faleceu ainda bebê. Então, sempre fomos 11, seis homens e cinco mulheres.
Sendo a caçula, já nasci tendo alguns irmãos com mais de 18 anos. Aos dois anos fui tia.
Não vou falar por nenhum deles, apenas por mim. Minha visão de irmão e o que sinto.
Irmão é aquela pessoa que é filha do meu pai e da minha mãe. É aquele que me protegeu, deu carinho, cuidou, ensinou, brincou e me amou a vida inteira, e continua sendo assim até hoje. Nunca nenhum deles me deu as costas, sempre procurando me incluir em suas vidas e me tratando com afeto. Inevitavelmente em algum momento, alguns deles podem ter sido invasivos a ponto de me desagradar, mas nada que não tenha sido contornado e superado. É natural que tenha aqueles mais próximos, devido a maior convivência, afinidade e prestabilidade, mas, meu relacionamento com todos é dosado de amor, carinho, respeito, gratidão, compreensão, tolerância e umas boas pitadas de humor. Amo muito! Adoro estar em suas companhias, com todas nossas diferenças, mesmo que eu discorde ou desaprove em algum momento a atitude de um ou de outro. Conheço intimamente cada um. Sei de seus defeitos e valorizo suas qualidades. 
Agora somos 10 - nosso irmão Roberto (Bebeto para mim) nos deixou com saudades -, todos com mais de cinquenta anos, mas não perdemos a espiritualidade, a mesma maneira de brincar um com o outro, de ter crises de risos, de estar atento quando um de nós precisa de algo.
Agradeço a Deus por esta herança que meus pais me deixaram. Foi a melhor que eu poderia ter recebido. Como a cada irmão: Wazinha (Walkyria), Gilberto, Bebeto (Roberto), Tetê (Tereza), Pio, Mario, Dacinha (Graça), Zé (José Alberto), Chiquinho (Francisco) e Suly (Soledade), por tudo que fizeram por mim e pela forma especial que sempre me trataram. E meus cunhados e cunhadas, os irmãos que meus irmãos me deram: Zé Carlos, Bidico, Socorro, Martha, Luana, Anchieta, Reginaldo e Rochelle.
Não poderia deixar de agradecer também aos irmãos que não são de sangue, amigos especiais que passaram a fazer parte da minha vida, da minha família. Pessoas essas que eu posso contar igualmente, e por quem sinto muito amor e admiração.
BeatrizNapoleão

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Procurando Viver Bem

Há pessoas que, se orgulham por ficar exaltadas, agressivas, quando estão numa situação de desentendimento com outra. Algumas até dizem: - Boto pra quebrar! Digo o diabo! Sou é valente!
Eu, particularmente, envergonho-me se ajo dessa maneira. Não tenho medo de enfrentar alguém, principalmente quando sou provocada e fico com raiva. Num momento desses penso que tenho superpoderes que, sou capaz de vencer qualquer um - coisas de quem está fora de si. Mas, é exatamente por isso que me esforço para não agir com agressividade - firmeza, sim -, pois, se sou tão forte, devo ter humildade, não preciso mostrar para os outros o quão valente sou. Até mesmo porque é tão feio ser briguenta! Só afasta as pessoas agradáveis.
Esforço-me para manter a calma, não ligo se acham que tenho sangue de barata, pois o que quero conseguir é resolver os problemas, os desentendimentos, não, aumentá-los. Quero que o sentimento de paz e harmonia reine ao meu redor. E se eu agir com rispidez não serei bem sucedida.
No final o que importa não é quem bateu mais, quem ficou menos machucado. Em alguns casos, isso pode revelar um vencedor de uma briga, mas na vida, vence quem vive melhor e, vive melhor quem sabe apaziguar, harmonizar, não quem grita mais, quem dá o soco mais forte, quem diz a última palavra. Às vezes, esta é tão sórdida que não vale a pena falarmos mais nada, só nos resta o silêncio e, de preferência sair de fininho, para bem longe desse ser desagradável.
BeatrizNapoleão (01/10/05)                                                                                                                              Fotos: Internet

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Viajando entre artes

Esta terra castigada.
Castigado é o sertão.
Esta terra que me agrada.
Agrada a mim, desde então.
Este então que vejo seca,
E no meio desta seca
Umas flores em pendão.
Isto é pura exceção.


A boiada que passa.
O gado magro sem perdão.
Tudo cinza,
Muito cinza,
Mas ao longe um belo lago,
Ao redor verde limão.

À direita e à esquerda
Serras e morros como cordilheira anã.
Verdadeiras obras de arte,
Que emanam atração,
Atraindo-me como canção.
Lá acima de um morro
Uma casa alegria,
pois de longe avistamos
a pintura em harmonia.


Galhos secos, galhos secos.
Pedregulhos pelo chão.
Terra cor de graveto,
Entristecendo o coração.
Um incêndio há pouco tempo,
Controlado, embora o vento.


Minha vista outra casa avista.
Essa não tem felicidade,
Pois é longe da cidade e
É feita camaleão,
É da cor da região.


Carnaúbas em meio d'água,
Uma miragem cercada de tons cinzas.
Carnaúbas verdes, carnaubal,
Destacando na secura sem igual.



Árvores sem vida: arte moderna.
Uma beleza entristecida,
Como uma peça dramática,
Cheia de tristeza e no fim, morte certa.



Sol a pino, céu azul, e nuvens tão brancas,
Provocando um clarão,
Realçando a paisagem,
Dando às cores belas tonalidades.



Curva vai, curva vem.
Sobe e desce, e tudo bem.
Numa estrada longa e boa,
Que vai dar mais além.


Seco, seco, seco, verde.
Seco, seco, seco, verde.
No horizonte as montanhas.
Por mais que eu tente,
Não consigo retratar
Esta galeria de arte que é meu Ceará.

BeatrizNapoleão (01/09/12)


Fotos: Internet