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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Um Vestido em Paris

Depois de 15 anos de casados resolvemos fazer mais uma lua de mel e, dessa vez escolhemos Paris.
Como não poderia deixar de ser, foi uma viagem inesquecível, mas hoje me restringirei a contar sobre uma noite em especial.
Fizemos reserva no famoso Cabaret Lido, que fica na mais famosa ainda, Champs Elysées. Lógico que escolhi uma roupa à altura. Nada melhor para o local  do que um belo vestido preto, com um decote generoso nas costas e alças de strass em vê indo até a cintura. Se ali iríamos encontrar mulheres chiques, sexes e bonitas, eu seria uma delas. Isso massageava o meu ego, e com certeza deixaria meu marido orgulhoso.
Bem, estava frio, era necessário um casaco, mas esse, seria retirado quando lá chegássemos. E assim foi.
Tudo era estreia para mim: Paris; Lido; e o vestido.
Ao entrar no Cabaret fiquei encantada. Estava tão feliz em conhecer aquele lugar! Como é mesmo o nome de quem nos recebe para guardar nossos casacos? Não importa! Quando ainda me encontrava inebriada por estar ali, aquele homem se aproximou de mim e, enquanto o escuto falar: "Madame, licence?", concomitantemente suas mãos já estavam a retirar o meu casaco. Jamais imaginei que o vestido resolveria abandonar o meu corpo e tão vorazmente se jogaria no chão - ainda bem que eu usava uma calcinha digna das dançarinas do Lido. Eu não o conhecia, não sabia que ele era dado a isso. Se ao menos no quarto do hotel, logo que o vesti,  ele tivesse ensaiado, naquele momento constrangedor eu rapidamente o teria segurado, antes que se distanciasse dos meus seios. Mas não! Quando dei por mim ele estava aos meus pés. Num só instante deixei de ser observadora, e dezenas de olhos se dirigiam em minha direção. Como uma estátua falante, com dentes cerrados e olhos meio que espantados, eu dizia para o meu marido - quase num sussurro: "pegue o meu vestido!", mas ele se transformou numa estátua sem voz. Alguém chegou a perguntar se eu era dançarina de lá, então o "guarda-casacos" enquanto levantava o vestido, respondeu que não.
Acredito que se estivéssemos no Brasil teríamos ido embora, mas, estávamos em Paris! Repus o vestido em seu devido lugar e fomos assistir ao show. Porém, tive que prometer ao meu marido que nunca mais usaria aquele vestido.
Bem! Melhor perder uma roupa do que o marido. Vestidos bonitos e finos encontro em vários lugares do mundo; um marido como o meu é insubstituível.
BeatrizNapoleão

Um comentário:

  1. Meuuu Deusss!!! Que situação .... deve ter sido muito constrangedor o que esse casal passou, mas agora ,lendo a sua descrição do acontecido , ri muuuuito. rsrsrs
    Bjos, Jeissler

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