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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Surpresa de Uma Noite

Sozinha em casa tarde da noite, eu estava escovando os dentes. Muito tranquila pensando em algo que iria escrever, quando de repente, senti algo subir no meu pé. Era pesado, frio e deslizante. Foi subindo e subindo, enrolando em minha perna, sem pressa. Uuuui! Meu corpo todo estremeceu sem que eu o controlasse. Fechei os olhos para não ver o que era - como se isso revertesse a situação. O tempo deve ter parado enquanto aquilo fazia seu percurso escolhido. Pareceu durar uma eternidade. Por que me escolheu? Ou será que eu o escolhi! Eu com o corpo inerte, tentando segurar o tremor, apenas a mão direita - que segurava a escova - fazia movimentos, que, àquela altura já eram quase imperceptíveis. Terminei de escovar, abri os olhos, a respiração presa, olhei vagarosamente de esguelha para o chão do banheiro do meu quarto, num apartamento que fica no 4º andar. Ali estava...
Um chão! Limpo, sem nada, nenhum vestígio. Apenas a lembrança de um medo que trago da infância e, ainda que, raramente, persiste em me abalar.
Beatriz Napoleão (24/05/08)

2 comentários:

  1. Amiga também tenho uns medinhos escondido , amei como você descreveu esse seu momento de medo...sou muito curiosa e você me prendeu atenção e cada palavra mais curiosa eu ia ficando, até imaginando o que podeira ser ...amei..
    bj no teu coração poetico

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  2. Na minha infância eu tinha "pavor" a cobra. Levei isso até a adolescência. Não conseguia olhar nem um vídeo ou foto com uma espécie qualquer, por menor que fosse. Fui trabalhando isso e, aos poucos consegui mudar. Hoje ainda tenho medo, mas, um medo normal. Um dia lembrei dessa época e resolvi escrever a respeito.
    Beijos

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